Tentaria dizer alguma coisa sobre o encontro de Beberibe, que já não tivesse sido dita. Mas quem diria essas coisas a não ser ele mesmo, esta manhã de terça-feira, já tantos dias depois da finalização do congresso, a entrega dos certificados, a volta para casa por aquela estrada interminável passando por Rio Grande do Norte, chegando finalmente em João Pessoa. Lembrava daquela jovem catadora de lixo que a todos nos emocionara com seu gesto, sua atitude de vender lixo reciclado para pagar a sua vinda a Beberibe. Os rostos dos amigos, Maria Filha, daquele jeito indescritível de transmitir amor e alegria, falando da Terapia Comunitária como caminho de Deus no palco.
Graça Martini mandando beijos desde a platéia ao fim da minha fala. Me senti um astro, um Ringo Starr. O sonho da minha vida. Gracias, Graça. Por onde andarás, em Londrina, a tecer esta teia de amor que nos congrega. E Selma Hinds, voltando do Chile onde esta onda de amor já chegou. Adalberto Barreto aprovando a minha fala sobre ao amor que costura as feridas e delas faz flores.
Sei que não foi isto, admirável guru, mas é o que vem agora. A sua fala mansa, serena, dizendo que não te sentes orgulhoso pela tua obra, que já é uma obra de todos, algo que anda por si. Áurea Silva, de Recife, Carmem de Simoni, emocionada, do Ministério. Airton Barreto, a quem não conhecia. Ontem, a sua canção ressoava em mim. Conheceste meu nome, dizia, repetia, conheceste meu nome, e via a entoação daquele momento inesquecível, ele magro, cantando desde o palco, todos embargados nesse canto para Deus, para nós mesmos, para a vida.
Maurino Bertholdo, na barraca de Minas Gerais, com o seu eterno sorriso tenro. Mauro Mendonça, com aquele ar de menino levado a aprontar traquinagens por onde anda. As moças da recepção, a lidar com esses rios de gente a procurar informações o tempo todo. Cláudio e Davi, do Projeto 4 varas, Miriam Rivalta, Raquel Abreu, tantas caras, tantos sentires, tanto amor, por que não dizer. Lucimar, de S.J.do Rio preto, creio, às vezes troco alguns nomes, mas nem sempre, nem tanto assim, não exagere, viu? Araceli Otarola, do Uruguay, como seus cachos loiros e seu sorriso. Sua filhinha Oriana, que fez 15 anos durante o evento.
A eleição da nova diretoria da ABRATECOM. Fátima, de Belém, Malu Reis, do RS. E as ausências presentes, Djair Dias, da Paraíba, que esteve sem estar, não poderia faltar, nem Ana Vigarani. Padre Rino e a alegria do trabalho em Bom Jardim, no Ceará, Fortaleza. Cecília, descobrindo a sua vocação. Obrigado a todos a e todas, obrigado Adalberto Barreto, obrigado Airton Barreto, Obrigado, Ocas do Índio, Obrigado, Beberibe, obrigado, teia mágica de amor envolvente e curativo, solidário e fraterno.
E para não ficar chato, terminaria com uma piada que não vem, mas eu poderia ser algo como que dizer e você, aranhinha o que tem a contar sobre o encontro de Beberibe?
Fico aguardando, viste? Che! Oxente!, gente! Faltaram as meninas de Princesa Isabel, da Paraíba, a dançar e encantar nos sabores e saberes.
Faltaram as francesas, Riccardo Rodari, italiano morando na Suíça, Raquel Barros, da Lua Nova, a resgatar redes sociais, faltariam tantos e tantas, mas em algum momento há que terminar.
A crônica, como tudo na vida, tem limites.
Falta a sua parte. Fico aguardando, viu? Viste? É isto, como dizia Dom Fragoso.
Este espaço se propõe a ser um lugar coletivo de trocas, práticas e fazeres. Considerando o humano como inacabado, estamos sempre nos fazendo e nos refazendo. Incitamos a diversidade, a pluralidade, valorizando a diferença, o novo. Somos cuidadores, Terapeutas Comunitários, balançando no barco das águas, a partir de um movimento que surge na cidade de Nova Friburgo-RJ, a Terapia Comunitária, movimento de troca de experiências de vida, valorização da autoestima e resgate da identidade cultural.
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