quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A ECCOSocial da Região Serrana

A ECCOSocial da Região Serrana – ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO, CONVIVÊNCIA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA REGIÃO SERRANA - tem como missão agregar pessoas e instituições para, juntos, realizar projetos, investir em sonhos e despertar as potencialidades e possibilidades de promover mudanças significativas na realidade individual e coletiva.

Utilizando a Terapia Comunitária (TC) como base metodológica, a ECCOSocial promove encontros semanais onde os participantes tem a oportunidade de aprimorar o auto-conhecimento, reforçar a auto-estima e ainda a possibilidade de construir, manter e fortalecer a rede de relações sociais que surge de forma espontânea nos grupos.

“Cada história vivida é uma lição aprendida.” (Adalberto Barreto, criador da metodologia)

Um dos propósitos da TC é suscitar a capacidade terapêutica do próprio grupo através da partilha desta sabedoria aprendida com as experiências de vida.

Ivan Lins - (imagine com som)
“Com esforço e com vontade a felicidade há de se instalar
Com muita solidariedade
Há de molhar o seco, De enxugar os olhos, de iluminar os becos
Antes que o corpo fale
...
Há de mudar os homens, antes que a chama apague,
Antes que a fé se acabe, antes que seja tarde".

Buscando atender outra demanda, a partir de outubro, a ECCOSocial oferece um novo projeto – E DO CUIDADOR, QUEM CUIDA? - para pessoas que desejam manter a saúde em equilíbrio, livrando-se dos bloqueios emocionais que interferem no seu bem-estar. Este é um trabalho de recuperação energética intensivo.

Neste encontro, os exercícios foram programados para facilitar a percepção, compreensão e enfrentamento do estresse cotidiano e permitir a potencialização da energia vital. Objetiva identificar medos e inseguranças e incentivar a articulação potencial, vivencial e cultural diante dos desafios.

Será um período de convivência com outras pessoas que buscam crescimento pessoal, compartilhando experiências e criando um leque de possibilidades para uma nova visão a respeito de si mesmo e do mundo, de forma mais criativa, prazerosa e divertida.

(Voltando ao som do Ivan Lins...)
“Desesperar jamais, aprendemos muito nesses dias
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer...”

Dia 02, sexta-feira, de 18:30 às 22h e
Dia 03, sábado, de 9:00 às 17:00h, com 1h30 de intervalo para almoço
Local: GPH – Grupo Promoção Humana – Pça. de Sant’Anna s/n. – Cônego / NF

Contatos e informações: eccosocial@gmail.com
Bethânia – (22)9837-7260; Cristina - (22)9221-4232 ou Tereza - (22)8136-9123.


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Valorização das Culturas dos Povos Indígenas

Farmanguinhos lança site para rede sobre fitomedicamentos

"Com o objetivo de estruturar a interlocução entre os atores dos seis biomas brasileiros, o Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), vinculado ao Centro de Produtos Naturais do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) estruturou, por meios de recursos do Fundo Nacional de Saúde, o Escritório de Gestão em Redes Fito (EGRF). O escritório criou o Portal Rede Fito, que busca estabelecer as conexões estratégicas necessárias para o pleno andamento da rede e mapear os atores que possam constituir os conselhos referentes a cada bioma.

O NGBS, pelo que lhe foi atribuído pela Portaria MS/GM No 1.274, de 25 de junho de 2008, trabalha no sentido de articular com diversos segmentos a formação de uma rede de biodiversidade, tendo como recorte estrutural os seis biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata atlântica, Pampa. Para cada bioma em questão, foi instituído um grupo gestor local, os quais deverão realizar o monitoramento das ações no território referente a cada bioma e repassá-los para o EGRF, que fará a gestão global das redes a serem formadas, no sentido de sistematizar as informações necessárias para a manutenção do fluxo de informações.

O portal traz seções sobre cada bioma brasileiro, informando sobre a realização de cursos, eventos e notícias sobre fitomedicamentos. Acesse o Portal Rede Fito".

Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=18400

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ainda sobre o Encontro da TC em Beberibe

Tentaria dizer alguma coisa sobre o encontro de Beberibe, que já não tivesse sido dita. Mas quem diria essas coisas a não ser ele mesmo, esta manhã de terça-feira, já tantos dias depois da finalização do congresso, a entrega dos certificados, a volta para casa por aquela estrada interminável passando por Rio Grande do Norte, chegando finalmente em João Pessoa. Lembrava daquela jovem catadora de lixo que a todos nos emocionara com seu gesto, sua atitude de vender lixo reciclado para pagar a sua vinda a Beberibe. Os rostos dos amigos, Maria Filha, daquele jeito indescritível de transmitir amor e alegria, falando da Terapia Comunitária como caminho de Deus no palco.

Graça Martini mandando beijos desde a platéia ao fim da minha fala. Me senti um astro, um Ringo Starr. O sonho da minha vida. Gracias, Graça. Por onde andarás, em Londrina, a tecer esta teia de amor que nos congrega. E Selma Hinds, voltando do Chile onde esta onda de amor já chegou. Adalberto Barreto aprovando a minha fala sobre ao amor que costura as feridas e delas faz flores.

Sei que não foi isto, admirável guru, mas é o que vem agora. A sua fala mansa, serena, dizendo que não te sentes orgulhoso pela tua obra, que já é uma obra de todos, algo que anda por si. Áurea Silva, de Recife, Carmem de Simoni, emocionada, do Ministério. Airton Barreto, a quem não conhecia. Ontem, a sua canção ressoava em mim. Conheceste meu nome, dizia, repetia, conheceste meu nome, e via a entoação daquele momento inesquecível, ele magro, cantando desde o palco, todos embargados nesse canto para Deus, para nós mesmos, para a vida.

Maurino Bertholdo, na barraca de Minas Gerais, com o seu eterno sorriso tenro. Mauro Mendonça, com aquele ar de menino levado a aprontar traquinagens por onde anda. As moças da recepção, a lidar com esses rios de gente a procurar informações o tempo todo. Cláudio e Davi, do Projeto 4 varas, Miriam Rivalta, Raquel Abreu, tantas caras, tantos sentires, tanto amor, por que não dizer. Lucimar, de S.J.do Rio preto, creio, às vezes troco alguns nomes, mas nem sempre, nem tanto assim, não exagere, viu? Araceli Otarola, do Uruguay, como seus cachos loiros e seu sorriso. Sua filhinha Oriana, que fez 15 anos durante o evento.

A eleição da nova diretoria da ABRATECOM. Fátima, de Belém, Malu Reis, do RS. E as ausências presentes, Djair Dias, da Paraíba, que esteve sem estar, não poderia faltar, nem Ana Vigarani. Padre Rino e a alegria do trabalho em Bom Jardim, no Ceará, Fortaleza. Cecília, descobrindo a sua vocação. Obrigado a todos a e todas, obrigado Adalberto Barreto, obrigado Airton Barreto, Obrigado, Ocas do Índio, Obrigado, Beberibe, obrigado, teia mágica de amor envolvente e curativo, solidário e fraterno.

E para não ficar chato, terminaria com uma piada que não vem, mas eu poderia ser algo como que dizer e você, aranhinha o que tem a contar sobre o encontro de Beberibe?

Fico aguardando, viste? Che! Oxente!, gente! Faltaram as meninas de Princesa Isabel, da Paraíba, a dançar e encantar nos sabores e saberes.

Faltaram as francesas, Riccardo Rodari, italiano morando na Suíça, Raquel Barros, da Lua Nova, a resgatar redes sociais, faltariam tantos e tantas, mas em algum momento há que terminar.

A crônica, como tudo na vida, tem limites.

Falta a sua parte. Fico aguardando, viu? Viste? É isto, como dizia Dom Fragoso.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Lançamento de CD

O grupo de cantos devocionais MANGALAM, está lançando seu primeiro CD, em Nova Friburgo - RJ.

CD PURIFICAMENTE
Dia 26 de setembro às 19h
Centro Holístico Mangalam
Tel.: 2522-2903
NÃO PERCA!
FAZ BEM PARA A ALMA E O CORAÇÃO!

domingo, 13 de setembro de 2009

Uma lembrança

Escreveria um único e-mail, vindo de todos os cantos do mundo, a dizer as mesmas palavras, somente amor, paz, união, fraternidade. E para não pensares, querido leitor ou leitora, ser alguma pieguice tola, dir-te ia para olhares, agora, se na tua caixa de e-mails não vistes já esta mensagem. Luz, paz, amor, a formarem uma palavra que conheces, Jesus. Mas não um Jesus de religiões, a disputar entre teólogos perfeições e detalhes, se foi assim ou se foi assado, se palestino ou judeu ou essênio ou mais não sei o que. Somente uma luz dentro e fora de ti, a brilhar da eternidade e para sempre, pulsando nos grilos do campo e nas aves do céu, no rufar das ondas do mar ou nos ventos que ninguém sabe daonde vem ou aonde vão. Olhas dentro e fora de ti e a mesma coisa vês, sentes o mesmo a animar o que existe por toda a parte. És tu mesmo, imortal, o que não nasceu nem nunca nascera porque existe, é desde a eternidade. És tu mesmo essa luz incessante a que das muitos nomes ou um só. Um dia saberás isto. Boa noite.

RODA POÉTICA DE TERAPIA COMUNITÁRIA - MITCO FAZ 1 ANO



PSYCHÉ - Espaço de Filosofia e Ciência
Espaço de encontros para refletir, viver e compreender, com o outro, situações que ampliem os saberes


C O N V I D A

RODA POÉTICA DE TERAPIA COMUNITÁRIA

c e l e b r a n d o


1 ANO DE EXISTÊNCIA DO COLETIVO MITCO
MITCO - Movimento Integrado de Terapia Comunitária
e
Aniversário do Poeta Vinicius de Moraes

DATA: 20/10/09
18h30 às 21h30

Local: CASCATINHA - NOVA FRIBURGO - RJ

TRAZER BEBIDA E UM PRATO DOCE OU SALGADO PARA PARTILHAR

Confirmar a presença:

Marcelo - (22) 9971.7261
marceloabdala_psi@yahoo.com.br
Virgínia - (21) 8824.0940 / (22) 8119.2509
lopessampaio@gmail.com

Coordenação:
Marcelo Pimentel Abdala Costa
Virgínia Lopes Sampaio

http://mitco-nf.blogspot.com/
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Resurrección, livro de Rolando Lazarte - Lançamento em João Pessoa, PB

No dia 18 de setembro, às 20 hs, será apresentado o livro acima, compilado por Maria Helena Rodrigues de Oliveira na sede sociocultural do sindicato dos docentes da UFPB. O livro, que tem 128 páginas, está integrado por crônicas e poemas, e partilha reflexões, frequentemente de maneira jocosa, suscitando ou estimulando a busca da própria identidade da pessoa, evitando a maquinização rotinizada

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A poesia do Terapeuta Comunitário

A TERAPIA DO COTIDIANO

Farei meu cotidiano com eles,
Nossa terapia comunitária.

Se não houver cadeiras,
Usaremos tijolos.
Se não houver salas,
Sentaremos à beira do riacho,
Debaixo de uma mangueira...

Trataremos apenas do possível, sem segredos.
Falaremos de coisas simples,
Do nosso dia-a-dia.
A noite mal dormida,
Um amor que partiu,
Um sonho que não se realizou...

Cantaremos juntos, nossas cantigas,
Aquelas que ouvimos desde criança,
Ou aquelas que encantam os nossos corações
E embalam nossa carência afetiva...

Vamos celebrar a vida,
Cantando e batendo palmas...
Pois é assim que se celebra,
Com alegria e felicidade, ritmo e poesia...

Á Adalberto e Airton Barreto,
À Terapia Comunitária
E aos terapeutas comunitários
da comunidade humana.

Marcelo Pimentel Abdala Costa

Em meio ao espírito do
V Congresso Brasileiro de
Terapia Comunitária
Nova Friburgo - RJ
10 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Poder Humanizador da Poesia

Adélia Prado, poetisa brasileira, fala sobre a poesia, a obra de arte e o poder humanizador que vive dentro de nós.

Diz:

"Nós queremos uma coisa eterna, unidade, na unidade, que dure, que perdure e que não sofra essa solução de continuidade. Então, a coisa mais próxima disso que nós temos enquanto estamos vivos é a arte. Quando contemplamos um quadro, escutamos uma música, aquilo está inteiro e porque está inteiro me dá sentido, eixo, alegria. A arte consola, conforta. É pão espiritual. Há uma fome em nós que nenhuma prosperidade material, que nenhum sucesso material pode saciar, você continua faminto, faminto de transcendência, algo que me diga que você é mais que seu corpo, mais que suas necessidades básicas, mais do que essa coisa quantitativa com tal peso, tal cor, tal idade, você é aquilo que esta presente no seu desejo, no seu sentimento, na sua alma"



"É um desejo profundo que nós experimentamos na nossa orfandade original de ter sentido na vida, de ter significado e de ter perenidade, não pode acabar. Este é o desejo que nós temos. Isso tudo significa, a pessoa que tem essa experiência, que tem esse desejo, nós dizemos, é uma pessoa que tem vida interior".

Transcrição de texto: Marcelo P. A. Costa

Terapia Comunitária

"Uma família pobre, dez filhos, naturais e adotados. Interior do Ceará, o pai trabalha num lugar após outro, na equipe que cava poços, a família acompanha. Cristãos. Adalberto quer ser padre. Conseguem bolsa num seminário. As informações que os padres-professores lhe passam não correspondem às suas crenças. Incomodado, prossegue os estudos, se forma em medicina. Faz teologia no Vaticano, filosofia na Itália, doutoramentos em psiquiatria e antropologia na França. Volta às suas origens, interior do Ceará, junta conhecimentos acadêmicos a sabedorias populares.

Cria uma metodologia simples que estimula solidariedades imediatas. Em roda, um espaço para cada um falar de problemas do cotidiano, de questões que afligem, trazem insônia, incomodam. O pai que bate na mãe, o filho que se droga, eu mesmo que não consigo trabalho. Ou que estou deprimido, sem saída.

Antes se combinam umas regras. Aqui não vale julgar nem dar conselhos. Todos terão oportunidade de falar. Não é um espaço para segredos. Só se fala a partir da própria vivência, da própria experiência. Cada fala começa com Eu – este talvez o maior desafio. Quando um fala, todos escutam. Se durante o andamento do encontro alguém se lembra de uma música, um provérbio, uma piada, uma história curta, levante a mão, peça licença, diga seu nome e conte ou proponha o canto. É lembrado, como estímulo à participação, que quando não é falado o que está dentro de si, vem a gastrite, a depressão, o mal estar, a doença. Quando a boca cala os órgãos falam. Quando a boca cala os órgãos adoecem.

Alguém quer falar do seu problema? O silêncio inicial é seguido de desabafos. Os problemas pessoais são apresentados. Quem coordena a roda, o terapeuta comunitário, ao final de cada fala, anota, tenta sintetizar, pergunta: veja se entendi direito. Seu sofrimento é porque você não consegue renda suficiente para manter sua família? Se é aceita a síntese, o terapeuta agradece, passa para outro, assim por diante. Quando casos suficientes são apresentados, propõe uma nova fase.

Peço agora que, resumidamente, os que desejarem indiquem o caso com o qual se identificam e digam porque. Um e outro se identifica com uma ou outra das questões apresentadas.

Agora vamos votar. Lembro que vamos escolher, não o caso mais importante, mas o caso com o qual mais pessoas aqui presentes se identificam. Cada um só pode votar uma vez, todos podem votar. E, repetindo cada síntese feita anteriormente, solicita a votação para cada um dos problemas apresentados. Conta junto com todos e anota os votos. Agradece com atenção, nominalmente, a cada um dos que apresentaram suas questões. Deixa claro que, após o encontro, poderá conversar com aqueles que sentirem necessário.

Dirige-se agora àquele que apresentou o tema escolhido. Por favor, conte mais, para nós todos, sobre o que lhe aflige. Sempre com a intenção de cuidar, cada um de nós pode lhe fazer perguntas. E o caso é contextualizado. Como exemplo, se o escolhido foi o do pai que bate na mãe: meu pai bate na minha mãe toda vez que bebe. Ele está desempregado, fica nervoso, bebe. Minha mãe não sabe o que fazer, nem eu, o filho, sei. Sofre calada. Entro na frente, defendo minha mãe, acabo apanhando também. Quando passa a bebedeira, muda tudo. Meu pai sofre com sua fraqueza, fica num canto, mudo, os olhos tristes...

Um faz uma pergunta, outro outra, até o momento que o terapeuta, considerando suficientes as informações, solicita, pelo nome, a quem apresenta seu sofrimento: José, estamos agradecidos por você compartilhar conosco o problema que vive. Pedimos agora que você ouça, em silêncio, o que alguns de nós vamos falar aqui.

E lança um mote, que pode ser específico – quem já teve em casa um pai que bate na mãe e pode agora compartilhar conosco sua experiência? Ou um mote que amplia o tema: quem já sofreu violência doméstica e pode compartilhar conosco sua experiência? Quem desejar falar, por favor, levante o braço, espere sua vez, diga seu nome.

Um após outro são apresentadas situações semelhantes. Minha vó também apanhava muito do meu avô, que era muito bravo e ignorante. Até que um dia nós combinamos e falamos juntos para ele: ou o senhor para e se cuida ou nós vamos tomar uma atitude, vamos embora, vamos pedir ajuda a quem o senhor respeita. Alguém chora. Outro apresenta uma música, inicia e quem sabe acompanha: encosta sua cabecinha no meu ombro e chora... E os compartilhamentos de casos vão se sucedendo.

Já a caminho da finalização, o terapeuta convida todos para ficar de pé, mais próximos, ainda em roda, braços nos ombros ou na cintura. Sugere um balanço de corpo coletivo. Alguém lembra uma música. Tou balançando, mas não vou cair, não vou cair... O terapeuta pergunta: o que estou levando daqui? Um diz Calma, outro Conforto, mais um Solidariedade.

Devagar a roda se desfaz, um e outro se abraçam, formam-se duplas e grupos de conversas. A confraternização traduz a humanidade presente.

Os encontros de Terapia Comunitária são abertos. Há os que vão com freqüência, há os esporádicos. Há jovens, velhos, adultos, pobres, ricos, classe média. Têm em comum a possibilidade de se compreender emocionalmente.

No mesmo encontro surgem questões variadas. Desde o adolescente – que vou fazer da vida agora que terminei o segundo grau, preciso ganhar dinheiro e não me sinto preparado nem para escolher uma profissão nem concorrer no mercado -, passando pela senhora classe média alta (fomos assaltados na rua, meu marido foi baleado, eu gritei desesperada à procura de ajuda, mas ele morreu ali, nos meus braços... e meu filho hoje me culpa pela morte do seu pai... como sofro...), até a moça que sofre, com os filhos, violência doméstica e não sei o que fazer.

As identificações são quase sempre imediatas. Os relatos correlatos emocionam e confortam um e outro. A solidariedade se instala, independente de classes, raças, credos, gêneros. Somos semelhantes, estamos próximos".

Adalberto de Paula Barreto, criador da metodologia, em entrevista a Letícia Lins e Isabela Martins, d’O Globo, 22 de abril de 2007:

Na favela lidamos com a miséria material que nutre a miséria psíquica.
Já na Suíça, encontrei a miséria afetiva, o esfriamento das relações.
Na Europa, não achei favelas miseráveis como as nossas,
mas encontrei favelados existenciais.

Texto de Luiz Fernando Sarmento

Para entrar em contato com o autor, escreva para luizfernando@sescrio.org.br

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Terapia Comunitária em Moçambique


Departamento de Atenção Básica em visita a Moçambique

O Departamento de Atenção Básica integrou, no período de 24 a 28 de agosto de 2009, Missão de Cooperação junto a República de Moçambique. Fizeram parte da comitiva a Coordenações Nacionais de Saúde Bucal e de Práticas Integrativas e Complementares.

Saúde Bucal

Após o conhecimento in loco dos serviços odontológicos ofertados em Moçambique bem como a organização destes serviços no âmbito nacional, houve momentos presencias de debates sobre as possíveis frentes de cooperação técnica entre os dois países.

Com destaque para:

- A elaboração de um estudo transversal com objetivo de conhecer as condições de saúde bucal da população moçambicana que irá subsidiar a implantação de um modelo de atenção em saúde bucal com ênfase na prevenção.

- Capacitação de Técnicos em Prótese Dentária moçambicanos, potencializando os serviços existentes naquele país.

Terapia Comunitária

No tocante a demanda de transferência de tecnologia referente à Terapia Comunitária, a missão se mostrou muito efetiva e bem sucedida.

A agenda, apesar de intensa, possibilitou o contato com estruturas centrais no Ministério da Saúde de Moçambique e demais atores relevantes para o desenvolvimento do trabalho de cooperação, além de visitas a campo.

O projeto de cooperação sobre Terapia Comunitária tornou-se factível e aceito por ambas as partes.

Como no Ministério da Saúde do Brasil essa ação se ancora na Atenção Básica e na Política de Práticas Integrativas e Complementares:

- Medicina tradicional: Plantas Medicinais e Fitoterapia, pois Moçambique possui ações nessa área, inclusive uma Política Nacional para a Medicina Tradicional

- Agentes Comunitários de Saúde: Moçambique inicia um processo de inclusão formal desses agentes no serviço público de saúde.

Ficou acordado, durante a visita, que o Ministério da Saúde de Moçambique providenciará uma manifestação formal sobre estes interesses.
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A angústia do curador

A angústia de quem estimula a cura.

"Diante da vida, ao olhar céu e terras, vejo um caminho de muito transitar.Nada há que justifique o passo que não seja possível aqui, que não possa ser vivido aqui.Todo passo é próprio. O que se carece é de coragem para o andar.Não há mistério. É preciso coragem.
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Ainda que não se veja bem a trilha, um passo só é seguro depois do outro.Não há risco em caminhar. O risco é de estagnar.Nada perco se faço o caminho. A dor que sinto é de perder o que já não tem mais sentido.Não há como manter o adoecido.Só resta a opção da cura.
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A doença em si não se mantém estagnada.É da sua essência o movimento de retorno à evolução.A estabilidade mantém a doença como está, boicota o primum movens da vida.A estagnação não resiste ao passo da vida, assim como não é possível estagnar e ser feliz.
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O movimento é a vida. O coração é a vida.O que se move, é!
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Não quero mais parecer satisfeito, não quero mais a falsa saciedade.Não quero mais o vazio falsamente preenchido.
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Quero o que é meu de direito, aquilo que me provê e sacia.
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Não quero mais o que não quero e só no vazio me mantém.
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Quero me preencher de verdade, da verdade de ser o que Eu Sou!"
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Euder Airon
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