A vida não pode ser substituída por nenhuma tecnologia, da natureza que for: empresarial, comercial, financeira, nem tampouco psicológica, teológica, sociológica ou ideológica.
A vida é mais, é sempre mais, é outra coisa. É algo que se nos escapa de contínuo, quanto mais a tentamos aprisionar, controlar, direcionar.
Dir-se ia que seria mais sábio, como diz a canção, nos deixarmos levar por ela: vida, leva eu.
Não há dia em que não venha alguma lembrança de um passado obscuro, tenebroso, aterrorizante, assustador, a ser visto como o adubo do qual nasce este presente, esta flor de lótus que é a hora atual, este instante fecundo do qual brotam todas as possibilidades.
Não há pessoa que não conviva com alguma sombra, com conflitos interiores que por vezes a levam a pensar que deveria se trair, que não haveria para ela esperança nem horizonte mais à frente.
No entanto, no meio da escuridão, ou às vezes depois da tormenta, aparece a luz. Ela brilha na escuridão de dentro de ti, de mim, de cada pessoa humana, porque isto não é para alguns e não para outros: ocorre com todo existente.
Não há luz sem sombra, diz o Tao. Não há movimento sem quietude, nem dia sem noite ou vida sem morte, a vida é o giro eterno do eterno círculo dos pólos contrários que se complementam na sua oposição.
Ao dizermos que a vida não pode ser substituída por nenhuma tecnologia, queremos dizer que a vida é mais, e sempre mais do que as nossas tentativas de compreendê-la e explicá-la, controlá-la ou direcioná-la.
Isto não significa que não se possa ou não se deva planejar, mas é necessário saber que estamos sempre a fazer esboços, e que o traço final será sempre imprevisível, sempre será algo que não estava nos nossos planos, pois a vida é o que nos surpreende, sempre.
Este espaço se propõe a ser um lugar coletivo de trocas, práticas e fazeres. Considerando o humano como inacabado, estamos sempre nos fazendo e nos refazendo. Incitamos a diversidade, a pluralidade, valorizando a diferença, o novo. Somos cuidadores, Terapeutas Comunitários, balançando no barco das águas, a partir de um movimento que surge na cidade de Nova Friburgo-RJ, a Terapia Comunitária, movimento de troca de experiências de vida, valorização da autoestima e resgate da identidade cultural.
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