
Quando eu perguntei ao grupo quem havia recebido carinho de menos, foi um monte de pipoca estourando na terapia. Muitos queriam falar e sei que todos tinham o que contar. Um rapaz foi criado sem o pai, que fazia falta, mas ele passou a valorizar o que ele tinha: o amor da família materna e não o que faltava.
Outra participante contou que sua mãe fora embora de casa quando ela tinha 6 meses e foi criada por madrastas, avós, madrinhas. Depois ela disse: "eu dei para os meus filhos todo o amor que eu não recebi". Falamos sobre sua resiliência, a capacidade de transformar carencia em competência.
Uma terceira fora adotada e disse que nunca recebeu amor como as irmãs, filhas legítimas. Nós ressaltamos o fato de ela ter sido amada duas vezes, pela mãe que lhe deu a vida e quis proporcionar lhe uma vida melhor e pela mãe adotiva que a escolheu como filha, para amar.
Outra contou que a mãe nunca lhe deu um abraço: "ela esqueceu até do meu aniversário. Mas este ano ela me ligou e disse que me amava". Três mulheres falaram das preferências de sua mãe ou pai por outros filhos que não elas. Uma senhora, com mais de 60 anos, emocionou-se ao lembrar que sua mãe:"até no leito de morte, amou mais o meu irmão que a mim, que sempre estive ao seu lado".
Ao final eu agradeci a pessoa que trouxe o tema, pois nos deu a oportunidade de refletirmos sobre nossas carências. Todos temos um buraco, uma falta dentro de nós, todos sem exceção! A TCI traz à luz o que está escondido para identificarmos o buraco (a falta). Descobrimos, na TCI, que outros tem uma ferida parecida. Há sempre outra pipoquinha, com a mesma dor, estourando na panela.
Se você quiser saber mais sobre a nossa roda em Brasília: http://terapiacomunitariapsicanalise.blogspot.com/
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