O tema da participação social há muito tempo tem transbordado os âmbitos acadêmicos e/ou tecnocráticos dos governos e entidades de pesquisa, para se tornar, cada vez mais assunto do dia a dia, do cotidiano das pessoas e instituições. No caso concreto do Brasil, há já várias iniciativas que vem, como a Terapia Comunitária Integrativa e Sistêmica do Prof. Adalberto Barreto, ganhando espaços na construção e reforço de laços sociais, agregando pessoas e comunidades, em sentido contrário ao produzido pelas tendências dissociadoras e anomizantes do mercado.
Na ética cotidiana de pessoas e comunidades, de gestores em saúde e ambientes acadêmicos e de mobilização social, as relações cada vez mais são permeadas por valores solidários, pela recuperação e fortalecimento das identidades pessoas e sociais, reforçando instituições e indivíduos numa marcha silenciosa mas eficiente. Se isto pode parecer idílico ou sonhador, não sabemos, mas o certo é que, pela base da sociedade brasileira, este e outros movimentos, como o da Teologia da Libertação e a Educação Popular de molde freireano, vêm ganhando espaço de forma animadora.
Os valores cotidianos, que apreciam entregues ao imediatismo e ao pragmatismo utilitário bem ao gosto do capitalismo diário, cedem espaço para o interesse pelo outro, pela ajuda mútua em várias modalidades. Isto permite conjecturar que, em não muitos anos, várias das lacunas de participação no Brasil possam estar fechadas ou em vias de fechamento. A educação em expansão em moldes integrativos, com programas como o da Universidade Aberta; o crescente interesse e participação de pessoas de todas as idades em atividades voluntárias de várias tonalidades e formatos, vão construindo, com outras inciativas nos terrenos da arte e da cultura, da dança e da música, do artesanato, e da reciclagem de resíduos, ume perspectiva de coesão e de participação social impensável pouco tempo atrás.
O analfabetismo, a expulsão dos pequenos agricultores das terras nos interiores, o desemprego e o subemprego, a subremuneração e a exclusão social que em grande medida ainda prevalecem no País, cedem terreno, como dissemos, em escalas não pequenas, a estas ações concretas que pontuamos, visando a construção de um tecido social mais firme e unido.
Este espaço se propõe a ser um lugar coletivo de trocas, práticas e fazeres. Considerando o humano como inacabado, estamos sempre nos fazendo e nos refazendo. Incitamos a diversidade, a pluralidade, valorizando a diferença, o novo. Somos cuidadores, Terapeutas Comunitários, balançando no barco das águas, a partir de um movimento que surge na cidade de Nova Friburgo-RJ, a Terapia Comunitária, movimento de troca de experiências de vida, valorização da autoestima e resgate da identidade cultural.
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